martedì 12 aprile 2011

Nossos Relatos

Soraia e Lucas
O ANJO QUE DEUS ME DEU

"Era domingo, 11 de maio, dia das mães no ano de 1994. Deus, com sua infinita bondade me presenteou, mais uma vez, com o maior dos presentes, o nascimento de meu segundo filho, Lucas, pois o primeiro (Lucio) viera no dia 24 de dezembro de 1991 véspera de natal.
Moreninho claro, olhos verdes, cabelos castanho, pesando três quilos, lindo e ¨perfeito ¨.
Aos dois meses de idade, ao tomar a dose da vacina tríplice teve uma reação, e chorou demasiadamente, como se estivesse todo machucado. Fiquei apavorada. Levei-o ao pediatra e ele foi medicado.
Aos quatro meses, teve pneumonia dupla, ficou internado para se recuperar. Nessa mesma época, percebi que o Lucas não sorria como os outros bebês da sua idade, não olhava em meus olhos, nem tentava pegar os brinquedinhos que eu lhe oferecia. Cantava-lhe músicas e ele parecia não ouvi-las. Demorou a sentar-se e a engatinhar.
Levei-o a uma neuropediatra que ficou acompanhando o seu desenvolvimento.
Até um ano e meio, Lucas não falava, mas já andava.
Perto de completar dois anos de idade, ao balançar com ele na rede e cantando, parei de cantar a música deixando a última palavra sem pronunciar. Fiz isso por umas dezesseis vezes (não sabendo porque). Quando menos esperei. Ele completou a música, falando a palavra inteira.
Chorei muito, maravilhada com tal feito. Corri e avisei ao seu pai e a todos da casa que o Lucas tinha falado e, aos poucos, fui retirando as últimas palavras de cada música cantada e ele as completava. Dessa maneira, aprendeu a falar.
Aos dois anos, veio o diagnóstico dado pela neuropediatra, o nosso filho seria Autista. Síndrome sem cura.
O mundo desabou, a mulher mãe desabou. Começaram os questionamentos, a culpa, as noites sem dormir, as angústias, as dúvidas, ...enfim.
Mas por pouco tempo. ¨Levantei, sacudi a poeira e dei a volta por cima¨.
Comecei a buscar informações, médicas e educacionais sobre a Síndrome.
Aos cinco anos, teve meningite bacteriana. Venceu mais essa batalha, e me mostrou a certeza na vontade de viver.
Hoje tenho três filhos lindos. Sou graduada pela UFPI e Especialista em Educação Especial e Inclusiva. Procuro a cada dia por alegria na vida de todos. Tenho o privilégio de ter uma família que entende, aceita e partilha a minha luta, com o nosso Lucas, hoje com quase dezessete anos. E digo com tranquilidade da alma que não vejo diferença em nenhum dos meus filhos, amo-os da maneira como cada um é."

Relato de Soraia Amorim Martins Formiga

1 commento:

  1. parabéns pela história de vida, pelo Lucas e pelo depoimento que me tocou fundo!!!

    RispondiElimina